quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

RODOVIÁRIA DE ITAPORÃ



     05h40min – Rodoviária vazia, duas pessoas conversam tranquilamente no ponto de taxi contíguo a rodoviária. Um funcionário, possivelmente o motorista, cruza sobre o piso bem conservado e limpo da pequena rodoviária.
     Após quinze minutos, chega uma senhora que contava mais de sessenta anos, seguida de outra senhora que aparentava vinte anos menos.
     Transcorridos mais cinco minutos, o fluxo aumenta exponencialmente com a chegada de mais cinco pessoas.
     Um senhor calvo que lembrava o conselheiro Acácio de “O primo Basílio” senta-se ao meu lado, porém no sentido oposto, ficando de costas para mim nos plásticos bancos da rodoviária de Itaporã.
     Enquanto reparava nesses detalhes da rodoviária, o motorista chega ao seu bom e velho ônibus e abre a porta do mesmo através de uma alavanca localizada na parte frontal externa do veículo.
     Acionando o motor do coletivo todos os ocupantes da rodoviária itaporaense colocam-se em prontidão para adentrar a tão desejada carruagem que os levará ao mundo dourado, ou, pelo menos, a cidade de Dourados.
    O motorista pausadamente remexe na bolsa estilo “leva tudo” e finge não ver a ansiedade dos futuros ocupantes de seu ônibus vazio. Era quase possível ver um sorriso de canto de boca formando em seus lábios.
    Após contar e recontar por mais de três vezes a pecúnia que será usada como troco, ele autoriza com um discreto aceno os passageiros embarcarem.
    Risos e lágrimas dos transeuntes que transformam-se em passageiros em mais um dia útil de Itacity.

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